quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desejos na Gravidez: Mito ou Verdade?


Desejos na Gravidez:
Artigo publicado na revista Mãe Ideal Janeiro 2009 (pág. 18-22)
Muitos de nós já nos perguntámos se os desejos na gravidez são de facto reais ou se não passam apenas de superstição. Nesta edição, fomos à procura da resposta para os chamados desejos que chegam rápida e inesperadamente.
Isabel Ferreira, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica da Gimnográvida esclarece as suas dúvidas a respeito deste tema.
“Desejos e aversões alimentares são sintomas frequentemente referidos pelas mulheres grávidas, pelo que seria errado ignorá-los, desprezá-los ou apelidá-los de mito, quando de facto são uma realidade, independentemente da sua origem”, explica Isabel Ferreira. Uma análise realizada em Abril de 2008 por um portal especializado em assuntos da maternidade (www.gurgle.com), com 2000 grávidas britânicas, revela que actualmente as grávidas sentem mais desejos do que há 50 anos, divulgando que actualmente 75% das grávidas entrevistadas referiram desejos alimentares, enquanto há cinco décadas atrás essa percentagem estava nos 30%.
Isabel Ferreira explica que “não se sabe ao certo a razão para este aumento, mas pensa-se que é meramente cultural e que se deve ao acréscimo da oferta de produtos alimentares e à forma estimulante e convidativa como eles são publicitados”.
Este “estranho despertar de apetites” está dependente de factores psicológicos, culturais, mas também fisiológicos (hormonais e nutricionais).

Desejos mais frequentes
A enfermeira entrevistada pela Mãe Ideal refere alguns alimentos avidamente desejados pelas mulheres grávidas, como “o chocolate, os doces, os citrinos, os pickles, as batatas fritas e o gelado”. No começo da gravidez, muitas mulheres sentem mais necessidade de comerem alimentos ácidos ou gelados pois a estes alimentos está associado o alívio dos enjoos, um desconforto característico desta fase.
“Dadas as suas origens, os desejos podem estar presentes desde o início e acompanhar a mulher grávida ao longo de toda a sua gravidez”, garante Isabel Ferreira.
As mulheres grávidas costumam referir vontades extremas e repentinas para comer alimentos específicos, alguns já apreciados antes da gravidez e outros que querem experimentar pela primeira vez, apesar de nunca terem sentido essa vontade anteriormente.
“Algumas mulheres referem desejos incontroláveis que as levam a comer substâncias estranhas (1/3 das mulheres entrevistadas durante a pesquisa Gurgle 2008 disponível em www.gurgle.com), tais como cinzas, terra, barro, pasta dos dentes, sabão, gelo, cal, tinta, entre outros. Este fenómeno denomina-se de Pica e crê-se que a sua origem deriva de uma combinação de factores bioquímicos, psicológicos e culturais”, salienta Isabel Ferreira.
Em algumas culturas, as mulheres são incentivadas a comer barro pois acredita-se que ajuda a fixar os nutrientes - existem inclusive locais que vendem barro em saquetas com este propósito exclusivo.
Repulsa de determinados alimentos
“Se por um lado as mulheres referem sentir um aumento do desejo em comer maior quantidade ou com maior frequência determinados alimentos, por outro lado referem também com grande frequência que ‘enjoaram’ alguns tipos de alimentos. As aversões mais comuns incluem café, chá, alimentos fritos ou com muita gordura, comidas muito condimentadas, carne e ovos”. A origem destas repulsões está também relacionada com factores psicológicos e culturais, mas especialmente com os factores fisiológicos, mais precisamente com a libertação de hormonas que alteram o paladar e o olfacto.

Causas fisiológicas e psicológicas dos desejos alimentares
De acordo com alguns especialistas, “a vontade extrema e repentina da mulher para comer determinados alimentos tem uma forte componente psicológica, associando-se frequentemente a sensações de insegurança e à necessidade de mais atenção, típicas desse momento da sua vida, mas não há dúvidas de que também existe uma origem fisiológica a impulsionar estas necessidades”, esclarece Isabel Ferreira.
Por outro lado, acrescenta a Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica, “algumas hormonas libertadas ao longo da gravidez (tais como HCG e progesterona) são as maiores responsáveis pelas alterações no apetite, no paladar e no olfacto que justificam mudanças de comportamento alimentar da grávida no que diz respeito ao aumento da quantidade de alimentos ingerida e à alteração das suas preferências alimentares”.
Adicionalmente, as carências nutricionais também têm evidenciado relação directa com alguns desses desejos: o desejo repentino por doces está frequentemente associado a uma baixa de hidratos de carbono e o desejo por frutas a uma necessidade corporal de aumentar o aporte vitamínico e podem estar especialmente presentes se a mulher não fizer refeições equilibradas e frequentes, necessárias para garantir a alteração das necessidades nutricionais do seu corpo desde que engravidou.

Conselhos aos companheiros e familiares mais próximos


- Algumas grávidas não se sentem muito confortáveis com as alterações corporais típicas da gravidez, referindo que se sentem “gordas, feias ou menos atraentes”. Isto leva a que, para além dos factores fisiológicos atrás descritos, a mulher sinta uma necessidade de mais mimo e atenção por aqueles que a rodeiam, e os desejos mais estranhos e difíceis de ser realizados surgem assim para por à prova a atenção e a dedicação do companheiro e de outros familiares mais próximos.

- Muitas mulheres, sem estarem grávidas, sentem já com frequência alguns desejos por alimentos “diferentes” e a horas “impróprias”, sendo que essa necessidade se agrava com o aumento da sensibilidade característico do período gravítico, o que, associado à necessidade de mais atenção, leva muitos maridos a levantarem-se a meio da noite para satisfazer essas necessidades.

- Apesar de, nestes casos, estas não serem de facto necessidades alimentares essenciais, as necessidades emocionais são uma realidade. É importante que as grávidas, os companheiros e os familiares próximos das mesmas estejam conscientes de que não há perigo para o bebé se uma necessidade específica e repentina não for satisfeita.

- Atender a um pedido, desde que não se torne num sacrifício para quem o faz, pode ser um carinho adicional e um apoio especial importante nesta fase mais carente da vida da mulher.

- Aos companheiros, Isabel Ferreira sugere que mostrem o seu carinho e amor e elogiem com frequência as alterações corporais da sua companheira (exemplo: “A gravidez fica-te mesmo bem”) e sempre que um desejo mais difícil de realizar surja, façam questão de salientar que sempre que vão preparar o alimento apetecido, o fazem pelo amor e carinho que vão oferecer nesse alimento e não porque acreditam que há perigo do bebé vir a nascer com a cara do alimento apetecido.

- Todo o excesso é negativo, pelo que é obrigação do companheiro e dos familiares próximos tentar controlar os comportamentos alimentares mais excessivos e desequilibrados, pois podem tornar-se perigosos para a mulher e para o desenvolvimento e o bem-estar fetal.

Desejos perigosos para a gravidez?
“Satisfazer todos os desejos na gravidez pode tornar-se num caminho difícil de retornar. Estas vontades extremas e repentinas que muitas mulheres sentem por determinado tipo de alimentos podem ser prejudiciais à saúde da futura mãe e consequentemente a saúde e o desenvolvimento fetal”, indica Isabel Ferreira. 
O excessivo aumento de peso tende a ser um problema frequente, com consequências muito negativas para o feto e para a mulher, durante e após a gravidez. O excesso de doces e substâncias exóticas pode alterar o equilíbrio nutricional da grávida, provocando excesso de peso, diabetes gestacional ou hipertensão arterial.
“Por outro lado, apesar de alguns desejos alimentares estranhos serem inofensivos, outros podem trazer graves consequências à saúde da mulher e do feto, tais como o consumo de tinta ou de alguns tipos de terra, que podem causar envenenamento por chumbo. Há também o risco de consumir parasitas perigosos. Outras substâncias podem inibir a absorção de nutrientes na comida e piorar as deficiências presentes. A Pica pode também causar problemas gástricos, intestinais e urinários muito graves”, alerta Isabel Ferreira.
A grávida deverá sempre informar o profissional de saúde que a acompanha durante a gravidez dessas necessidades que tem sentido, para que ele a ajude a reduzir o efeito fisiológico que possa estar a provocar este comportamento e a auxilie a elaborar um plano para controlar esses comportamentos perigosos.

                                                          Mitos e verdades sobre gravidez
Durante os meses de gestação a mulher  passa por várias mudanças tanto físicas, quanto emocionais, trata-se de uma nova fase em que recebemos muitas informações e novos conhecimentos que vamos registrando durante o período gestacional. Durante esse período é comum ouvirmos muitas coisas, algumas com base científica, outras pura crendice popular, basta anunciar a gravidez para começar a surgir opiniões e sugestões, com isso a gestante recebe várias informações que por vezes as deixam confusas e inseguras, para ajudá-las vamos desvendar alguns mitos e verdades a cerca da gravidez, confira:

>> SENTIR MUITA AZIA DURANTE A GRAVIDEZ INDICA QUE O BEBÊ SERÁ CABELUDO.
Puro mito, sentir azia durante a gravidez nada tem a ver com os cabelos  do bebê. A azia ocorre pela compressão do estômago e do esôfago pelo útero, causando um refluxo ácido. A azia tem relação com maus hábitos alimentares, por isso evitem refrigerantes, ingerir líquidos durante as refeições, açúcar em excesso, pois todos esses fatores podem irritar a mucosa de estômago, causando a azia.

>> DEPOIS DE FAZER CESÁRIA NÃO SE PODE TER MAIS PARTO NORMAL.
Também se trata de um mito, segundo alguns especialistas o aconselhável é que haja um intervalos de dois anos entre um parto cesariano para um parto normal, isso porque durante a cesariana o útero é cortado e costurado, portanto nesse cita  de um tempo para que não haja complicações durante as contrações, podendo se romper e causar hemorragia interna, decorrido esse tempo não há problema algum em se fazer parto normal.

>> DURANTE A GRAVIDEZ NÃO SE PODE TER RELAÇÕES SEXUAIS, POIS O PÊNIS PODE “FERIR” O BEBÊ.
Mito, as mulheres saudáveis que não apresentem nenhum tipo de problema patológico durante a gestação podem ter relações sexuais sem problema algum, devido ao avançado da gravidez algumas mulheres podem sentir-se desconfortáveis, conversem com seus parceiros e busquem posições para que se sintam mais confortáveis , o bebê está muito bem protegido e não há contato com o pênis.

>> A LUA INFLUÊNCIA O PARTO.
Isso é verdade, basta observar que a lua exerce grande influência no nosso planeta, nas marés e correntes oceânicas. A lua cheia e a lua nova exercem influência no centro da terra, com isso pode aumentar a pressão pélvica, por consequência as contrações. Verifique em qual fase lunar aconteceu à concepção, provavelmente será a mesma lua do seu parto e esteja atenta, em todas as passagens desta lua você sentirá mais desconforto.

>> O FORMATO DA BARRIGA PODE INDICAR O SEXO DO BEBÊ.
Mito, o formato da sua barriga tem ligação com o tamanho do seu bebê, não com o sexo dele.

>> PARA SE TER MAIS LEITE A GESTANTE DEVE TOMAR CERVEJA PRETA E COMER CANJICA.
Mais um mito é uma questão erroneamente interpretada por muitos, a produção para mais ou menos leite materno não tem relação com seios grandes ou pequenos e não é o que se consome que fará sua produção aumentar, a quantidade do leite materno vai depender do estímulo hormonal recebido durante a gestação.

>> SE NÃO REALIZAR O DESEJO DA GRÁVIDA O BEBÊ NASCERÁ COM ALGUM SINAL.
Um mito, pura crendice popular, os desejos são provocados pelos hormônios durante a gestação, pela necessidade do organismo que está em carência de alguma vitamina, cálcio, por exemplo, não realizar a vontade de uma gestante não implica em marcas nos recém nascidos.

>> AS GRÁVIDAS TEM QUE COMER POR DOIS.
Mais um mito, as grávidas sentem mais fome devido à ação da progesterona, aliás, os especialistas recomendam muita prudência ao se alimentarem para não engordarem mais que o necessário.

>> FICAR MUITO TEMPO SEM COMER AUMENTA O ENJOO.
Esta é uma grande verdade, ficar tempo sem se alimentar provoca náuseas e enjoos. O estômago vazia libera um ácido que faz aumentar os enjoos e ainda pode contribuir para que haja uma hipoglicemia, que além de prejudicar o bebê pode levá-la a desenvolver diabete gestacional.

>> COMER CHOCOLATE ANTES DA ULTRASONOGRAFIA AJUDA A VER O SEXO DO BEBÊ.
Mito.
O mais importante durante a gestação é ter tranquilidade para vivenciar todas as fases da gravidez, não fique se comparando com amigas ou com gestações passadas, pois cada gravidez é diferente, você poderá ter cinco filhos que uma gravidez não será igual à outra, o importante é curtir intensamente este momento, não se prendendo a mitos e superstições.
                                                                                      Pós-parto

                                      Quarentena: mitos e verdades

Quarentena ou resguardo são nomes populares para designar o puerpério, etapa da vida da mamãe que começa depois do nascimento do bebê. Além dos cuidados com o novo membro da família, a mamãe precisa também cuidar da sua recuperação pós-gestação e pós-parto.
Existem verdades e mentiras em torno dessa fase. O ideal é procurar o seu médico obstetra e ter uma boa conversa para que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
O puerpério pode ocorrer até a sexta ou oitava semana pós-parto, período onde os órgãos reprodutivos voltam totalmente ao seu estado normal, como o útero, que durante a gestação cresce 50 vezes o seu tamanho e precisa desse tempo para se recuperar.
A região onde a placenta se encontrava ficam pequenas feridas que se cicatrizam durante o puerpério. Se esse período não for respeitado, as feridas não cicatrizam e a mulher corre o risco de ter uma infecção. Febre é um sintoma de infecção. Se isso ocorrer, vá imediatamente ao médico, recomendação feita também caso o sangramento normal após o parto não diminuir até o 40º dia.

Vida de mamãe não é fácil - A episiotomia (corte entre o ânus e a vagina para facilitar a passagem do bebê) pode ser necessária durante o parto normal. São dados alguns pontinhos, portanto, a região pode ficar inchada e dolorida. Para aliviar o inchaço, é aconselhável colocar uma bolsa de gelo.
Se a dor aparecer na hora de ir ao banheiro, o médico pode indicar laxantes para facilitar as primeiras evacuações. Lembre-se, mamãe: a realização da higiene é mais do que necessária, fazendo um banho de assento com produtos recomendados pelo médico.
As atividades do dia-a-dia devem ser retomadas aos poucos; a mamãe precisa descansar. Dormir é essencial para evitar cansaço e irritação. Isso não quer dizer que necessite ficar deitada a quarentena inteira. Os exercícios que a mulher faz para sentar, levantar e andar estimulam a musculatura abdominal a voltar ao normal – depois de 15 dias a musculatura já recupera 70% da sua forma anterior.
Carregar peso, como o filhote mais velho, deve ser evitado pelo menos nos primeiros 30 dias.
Verdade ou mentira? - Dois mitos muito difundidos são que nesse período não há chances de engravidar e que não se deve lavar a cabeça. Quanta mentira. Embora a possibilidade engravidar possa estar reduzida por causa da amamentação, o risco existe, sim, e por isso a prevenção é necessária. E já no primeiro dia a mamãe pode lavar a cabeça.

Mais uma verdade: o cabelo cai devido à alteração da taxa de alguns hormônios da mulher nessa fase. Fique tranqüila, é algo passageiro. Respeitando as transformações do seu corpo, o puerpério passará sem maiores transtornos e preocupações. E pensar que o papai não sofre nada disso. Pode?
Cuidados - A dor é o termômetro do esforço da mamãe. É a própria mulher quem vai impor o limite na sua vida diária. Normalmente, em 45 dias a mulher já faz os serviços de casa sem dificuldade. Exercícios físicos são proibidos. Nadar e caminhadas somente depois de 45 dias. Ginástica e corrida depois de dois meses e para os esportes coletivos deve-se esperar três meses.
O ato de dirigir um carro, pisando nos pedais, requer o trabalho da musculatura abdominal e do períneo (região entre o ânus e a vagina), prejudicando a cicatrização, e isso impede a mulher de dirigir no primeiro mês pós-parto.
Outro impedimento no primeiro mês é o sexo. Os vasos do útero onde antes ficava a placenta estão abertos, como já comentado, e há risco de contaminação e infecção. O atrito do pênis durante a penetração também causa dor. O sexo deve começar devagar e gradualmente.

                                                                      Dicas
Realize uma alimentação rica em fibras e líquidos para estimular o intestino e evitar gases.
O motivo dos seios racharem e ficarem muito doloridos pode ser a pega errada do bebê. Peça orientação.
Ficar triste e cansada é normal, mas se isso interferir no seu dia-a-dia e nos cuidados com o bebê, informe ao seu médico.

                                                            
     beijinho anja luz 


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